Grupos de saúde mental se reunirão no Centro Municipal de Cultura para discutir a saúde mental na região.
Com a proposta de criar espaço para discussão de temas relacionados à saúde mental, será realizado nesta quarta-feira (10), o IV Encontro de Saúde Mental Coletiva no Vale do Paranhana. A atividade ocorre anualmente de forma itinerante e, desta vez, será realizada no Centro Municipal de Cultura de Três Coroas, a partir das 13h30.
Apresentando o tema “Construindo cidadania; potencializando a vida”, o encontro é realizado pelos serviços de saúde mental da região – incluindo Igrejinha, Taquara e Três Coroas. De acordo com a coordenadoria do Centro de Atenção Psicossocial de Três Coroas (CAPS), mais de duzentas pessoas já confirmaram presença no evento.
Logo após a abertura, os participantes acompanharão a exibição do filme “Ruínas da Loucura”. Lançado em abril deste ano, o documentário de 26 minutos, dirigido por Mirela Kruel e Karine Emerich, propõe a reflexão sobre uma sociedade sem manicômios. Protagonizam as imagens pessoas anônimas, que viveram em hospitais psiquiátricos e hoje experimentam uma nova vida longe das grades dos manicômios. A produção cinematográfica foi gravada no final de 2008 em Porto Alegre e no Serviço Residencial Terapêutico Morada, que fica em Viamão.
Na programação do encontro também estão previstas oficinas, rodas de discussão e um debate com usuários dos Serviços de Saúde Mental, que será coordenado pela psicóloga Vera Sebben e pelo doutor em Psicologia Social Jorge Sarriera.
18 de maio: Dia da Luta Antimanicomial
A realização do Encontro de Saúde Mental Coletiva no Vale do Paranhana está afinada com o Dia da Luta Antimanicomial, ocorrido no dia 18 de maio. A data foi instituída por marcar a fundação do Hospital Psiquiátrico Juquery de Franco da Rocha, em São Paulo, em 1898. Além de ser o primeiro e o maior hospital psiquiátrico do país, a instituição também é apontada por especialistas como símbolo do processo de isolamento social de portadores de sofrimento mental.
No Brasil, a luta antimanicomial começou há cerca de duas décadas, quando o debate sobre o fim dos hospícios começou a ganhar corpo ao redor do mundo. O movimento prega princípios terapêuticos humanistas, viabilizando o tratamento dos pacientes fora dos hospitais.
A política antimanicomial só foi estabelecida legalmente em 2001, com a lei 10.216, que trata da proteção e dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, bem como redireciona o modelo assistencial em saúde mental – recomenda o fechamento gradual dos grandes hospitais psiquiátricos e proíbe a construção de novos estabelecimentos.