No início do século passado, a extensão da ferrovia de Porto Alegre até Canela foi o propulsor do desenvolvimento da região, inclusive no Vale do Paranhana. Anos depois, uma fração desta linha férrea, a que correspondia à estação chamada de Mundo Novo, em Três Coroas, é lembrada em representações feitas pelos moradores. As retratações manifestam a memória da população local, que remontam com o antigo trem a história dos 50 anos de existência do município.
Desde que foi instalada na cidade, a decoração natalina tem atraído cada vez mais curiosos. A réplica miniaturizada do trem virou ponto de encontro para brincadeiras infantis e fotos turísticas. Crianças e adultos são atraídos pela curiosidade do engenho, inusitado pelo local em que se encontra: à frente da sede administrativa do município, entre luzes de Natal e bancos de praça. Lugar que tem sido a área de rodas de chimarrão dos três-coroenses.
Criado a partir do reaproveitamento de materiais da indústria, o trem é praticamente todo feito de metal. O inventor, Gilberto Thomas, 42, autônomo da construção civil, conta que utilizou as sobras de rolamento de uma esteira e até um compressor de ar, que deu a forma à cabine do trem. Entre pesquisas, coleta de materiais, solda e pintura, o projeto levou dois meses para ficar pronto.
O resultado agradou a população local, visitantes e, principalmente as crianças, que descobriram um refúgio para fantasiar com as histórias do trem que por ali não passa há mais de quatro décadas.