Grupos de saúde mental de toda a região discutiram as práticas de atendimento em saúde mental.
Representantes das cidades da região participaram na última semana do o IV Encontro de Saúde Mental Coletiva no Vale do Paranhana. A atividade foi realizada no Centro Municipal de Cultura de Três Coroas, na tarde da última quarta-feira, dia 10. Pautado pelo tema o tema “Construindo cidadania; potencializando a vida”, grupos de saúde mental de Riozinho, Rolante, Taquara, Parobé, Igrejinha, Três Coroas e São Francisco de Paula estiveram no evento que discutiu, principalmente, sobre as práticas de atendimento em saúde mental. A organização do encontro anual é dos serviços de saúde mental de Igrejinha, Taquara e Três Coroas.
No encontro, os participantes assistiram ao documentário “Ruínas da Loucura”, que propõe a reflexão sobre uma sociedade sem manicômios. Nas imagens aparecem pessoas anônimas, que viveram em hospitais psiquiátricos e hoje experimentam uma nova vida longe das grades dos manicômios. A produção cinematográfica foi gravada no final de 2008 em Porto Alegre e no Serviço Residencial Terapêutico Morada, que fica em Viamão.
Em seguida, os protagonistas do filme subiram ao palco e participaram da exposição coordenada pela psicóloga Vera Sebben. Interessada em entender como funcionava a vida no residencial terapêutico, os usuários do Morada Viamão responderam às perguntas da platéia. De acordo com psicóloga, o Morada Viamão atualmente abriga 24 pessoas que viviam na unidade Dom Bosco do Hospital Psiquiátrico São Pedro, que foi fechada. Naquele local, nos fundos do prédio, quatro casas foram construídas para acolher quem necessita do serviço.
A psicóloga Vera Sebben falou sobre a autonomia que os oradores tem ao decidir a sua própria rotina. Coisa simples, como fazer compras, decidir a hora das refeições, cumprir com suas tarefas dentro da casa mostram, de acordo com a psicóloga, que essa independência é salutar e auxilia muito no tratamento de portadores de sofrimento mental. No encerramento da apresentação, a psicóloga narrou ainda o sofrimento dos doentes quando passam por situações constrangedoras de preconceito e discriminação. “Muitas vezes, esse preconceito parte da própria família”, afirmou, relatando ainda o descaso de alguns familiares quando o doente mais precisa delas.